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Terras do minho

14 Apr 2025

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“Se nós não ajudamos o jornalismo a passar por esta fase, [assistiremos à] morte da democracia junto com a morte do jornalismo”

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2025: RUI TAVARES (LIVRE)

A Associação Nacional de Imprensa Regional reuniu, na passada quarta-feira, com o líder do partido Livre, Rui Tavares. Na videoconferência estiveram presentes vários meios de imprensa regional e local de todo o país.

“Os jornais têm uma história em papel e que o próprio país tem um interesse em manter”
“Nas conversas que tivemos com o Governo, eu achei que era importante que o Livre se distinguisse por fazer uma defesa do jornal em papel. Não contra o digital, mas porque achámos que as medidas do Governo estavam todas muito lançadas para as assinaturas digitais e para uma modernidade, que é importante, mas esquecendo que os jornais têm uma história em papel e que o próprio país tem um interesse em manter uma fileira do papel”

Fundo de maneio para as escolas comprarem jornais
“Não seria assim tão caro as escolas terem fundo de maneio para que os professores de português, história, jornalismo e por aí fora comprassem jornais e revistas, levassem para as turmas e que fosse a primeira coisa que os alunos manuseassem quando chegassem às aulas. E que estes jornais e revistas pudessem ser utilizados para projetos da própria escola”

“Ajudar a imprensa a passar por esta fase complicada”
“No próximo mandato vamos continuar a insistir nisso, porque me parece que cuidar da imprensa, e incentivar e ajudar a imprensa a passar por esta fase complicada em termos de encontrar o seu modelo de negócios, em boa medida tem a ver com criar paixão, criar um vínculo afetivo. E isso faz-se de várias maneiras, cada pessoa tem a sua maneira de criar esse vínculo afetivo, mas certamente o papel é uma aposta importante”

Os apoios ao jornalismo
“O Livre apresentou propostas que até fizeram o seu caminho no Parlamento em relação a mecenato jornalístico e em relação ao jornalismo sem fins lucrativos. Esta é uma área que tem tido grande crescimento em países à volta do mundo, nomeadamente em países grandes de âmbito federal, como o Brasil ou os Estados Unidos.(…) No Brasil foi feita a legislação para possibilitar a criação de fundos de apoio ao jornalismo não lucrativo. E, claro que são países que podem ter outras tradições diferentes em termos de mecenato, mas não há razão nenhuma para que ao nível nacional e europeu nós não façamos também essa aposta. Porque há fundações, entidades públicas, universidades, câmaras municipais que podem querer apoiar o jornalismo e que devem ter estruturas legalmente consagradas (…) que possibilitem, por exemplo, que quando uma câmara municipal ou uma comunidade intermunicipal ou uma região, no caso dos Açores e da Madeira, querem apoiar o jornalismo, que o façam através de estruturas que permitam a neutralidade desse apoio, que é aquilo que não acontece muitas vezes”

“Nós sabemos que o jornalismo tem um papel essencial a desempenhar na luta contra a corrupção, na fiscalização dos poderes democráticos. Quando não há um jornal, isto vê-se nos Estados Unidos onde têm desaparecido jornais até estaduais, ou de grandes cidades que são capitais estaduais e, portanto, já não é só o Mayor que não é fiscalizado, é o governador do Estado, muitas vezes nos estados menores, que já não é fiscalizado. Bem, isto é grave para a nossa democracia. Grandes problemas de corrupção que poderiam ser identificados a tempo, passam entre os pingos da chuva. Então, nós, precisamente com os apoios ao jornalismo sem fins lucrativos, podemos ajudar à profissionalização, a criar títulos de imprensa nos lugares que já não os têm e, acima de tudo, a garantir que aqueles que existem e que fazem o seu trabalho o possam fazer com mais robustez e que não desapareçam do mercado”

“Se nós não ajudamos o jornalismo a passar por esta fase em que está indeterminado o seu modelo de negócios, o que pode acontecer é que haja uma morte da democracia junto com a morte do jornalismo. É este o risco que estamos a passar e infelizmente já não é um risco meramente teórico. Nós vemos numa série de países que eram considerados democracias plenas ainda há uns anos, deixaram de ser democracias plenas e alguns deles aproveitaram-se da morte da imprensa e outros causaram, não é, de morte matada o fim de muitos títulos de imprensa”


Fonte/Foto: Correio de Azeméis | Azeméis FM/TV | ANIR

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